Tatuagens | Tattos

o meu obrigada à Natacha,
colega de quarto,
por me permitir fotografar  uma das suas tatuagens
O meu interesse por tatuagens não começou por querer marcar na pele, de modo definitivo,  um momento marcante na minha vida. O meu interesse por tatuagens foi espicaçado quando fui fazer uma ressonância magnética. Do questionário que somos obrigados a preencher, antes de entrarmos para o exame, fazia parte uma questão que me deixou intrigada sobre a razão de estar ali.

- Tem alguma tatuagem? - esta era a questão.

Interroguei a assistente ao exame de ressonância sobre a pertinência da pergunta, mas a justificação foi leve e deixou-me uma curiosidade não satisfeita.

Este ano, enquanto fazia o tratamento ao meu linfedema primário, vi largamente noticiado no hospital uma conferência sobre tatuagens, como era destinada a doentes não pude deixar de ficar muito interessada. No entanto, havia um problema para mim… era totalmente em alemão!!

Esta questão, o meu não domínio da língua alemã, foi ultrapassada pela imediata disponibilidade e simpatia de André Glod, cirurgião vascular também especializado na regeneração dos tecidos, e por Monika Wilkinson, fisioterapeuta especializada na área linfática. Esta última disponibilizou-se, traduzindo de imediato para inglês todo o ppt da Conferência, dada pelo Dr. André Glod.

Mas, deixem-me partilhar convosco um pouco da Conferência:

profundidade da agulha na nossa pela
nódulo linfático com pigmentos
de tintas, aplicadas nas tatuagens
Iniciando a sua explanação com um enquadramento histórico, o cirurgião vascular André Glod deu-nos a certeza que as tatuagens podem ser encontradas nos restos mortais, com mais de 30 000 mil anos (sim, as tatuagens ainda hoje, são visíveis nestes achados!).
As tatuagens sempre foram feitas ao longo dos tempos, quer por motivos culturais, quer sociais e, mais recentemente, para “fins médicos” (como seja, por exemplo, a reconstrução de um mamilo, pós mastectomia), sendo estas últimas de uma aplicação diferente das convencionais.

Para que tivéssemos uma percepção da profundidade a que as agulhas entram na nossa pele foi estabelecido um paralelo entre a espessura da agulha e a profundidade que ela alcança e feito um alerta para as tintas que são aplicadas, algumas das cores contêm metais pesados, outras, fenol (cancerígeno), a cor preta, por exemplo,  tem pó de carvão na sua composição e o vermelho Ferrari é a cor que mais reacções alérgicas provoca.

Considerando que a assistência estava particularmente sensibilizada para as questões linfáticas, foi-nos ainda mostrado onde é que as tintas se alojam no nosso organismo (independentemente do local onde a tatuagem é feita e da sua  dimensão). Este facto, bem real, provoca algum “embaraço” quando patologistas efectuam o seu trabalho, levando-os por vezes a ter dúvidas no diagnóstico.

texto: Manuela
Nota: 
Técnicos de Saúde referidos
Dr.med. univ. André Glod
 Fisioterapeuta Monika Wilkinson

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Manuela (L de linfa)